Estou mais descansado; vivemos num “jardim”!

(Por Hugo Dionísio, in Facebook, 17/10/2022)

A Europa é, de facto, um “jardim”, como diz o conselheiro de política externa Joseph Borrel (Ver aqui). Mas trata-se de um jardim que, ao invés de proteger as flores, opta por proteger as ervas daninhas e as pragas.

“Há uma crise”, dizem; “a europa está em guerra”, repetem. Estas são as causas apontadas, para o que vem depois, como conclusão: “a classe média pode deixar de existir”; “o fosso entre ricos e pobres é cada vez maior”; “cada vez há mais pobres na UE e em Portugal ainda é pior”.

E repetem estas conclusões como se de inevitabilidades se tratassem. Aliás, não apenas as classificam como tal, como até as perpetuam: “a situação nos mercados mundiais não anuncia nada de bom”; “a guerra comercial com a China está a perturbar ainda mais as cadeias de abastecimento”; “a guerra (leia-se: “as sanções que os EUA colocam à UE e esta a si própria”) pode colocar em causa o inverno” …

Ouvir as notícias é como assistir a um filme de terror em realidade virtual, vivendo sobressaltos constantes que nos colocam próximo do colapso cardíaco, mas com uma diferença: nós podemos acabar com o filme quando quisermos. Com estes, não é assim tão fácil (embora desligar a TV faça cada vez melhor à saúde mental).

Ao contrário, o filme de realidade aumentada com que nos metralham diariamente é apresentado como se não tivesse fim. “Não há fim à vista e ainda pode vir a piorar”, diz um qualquer politólogo ao serviço da “democracia consolidada” que atingimos. Mais de metade já nem vota, a maioria foge de nós quando lhes queremos falar de política; mas vivemos numa “democracia sólida e sustentada por instituições democráticas”.

Uma dessas “instituições democráticas” que ninguém elege é a que mais ordena. Ordena censura, ordena negação de aconselhamento jurídico, ordena proibição de comércio de determinados produtos e para determinados mercados, ordena a compra de 10 vacinas da Pfizer por cidadão europeu, ordena armas e mais armas para alimentar o genocídio de gente jovem que combate a guerra que aos ricos interessa.

A este respeito, o que dizer dos carros de ucranianos “refugiados” que, regra geral, não custam menos de 70.000,00€ por espécime? Já viram algum que custe 1.000,00€? Eu não! O que mostra quem “pode” fugir e quem lá tem de ficar a “combater pela pátria”. Os pobres no triturador, os ricos no “jardim” de Borrel.

No final de tanta sanção, embargo, bloqueio, apoio financeiro, armas e mais armas, boicote, pressão, bazuca, fundos comunitários e agendas verdes… olhamos, observamos, estudamos, e o que vemos?

Vemos que, a população portuguesa está mais pobre e continua a empobrecer ainda mais. Se retirassem as transferências sociais, feitas pela segurança social que muitos querem privatizar, porque é “moderno”, é “liberal”, o nosso país teria 4,4 milhões de pobres. Quase metade da população! Mesmo com pensões, subsídios, complementos e suplementos, ficam 1,9 milhões de portugueses abaixo do limiar da pobreza, o qual, só por si, não retira ninguém da miséria por ter ultrapassado (554,00€).

Portugal tem mais de 1 milhão de trabalhadores, os quais, mesmo trabalhando, não se libertam da pobreza. Será mesmo um dos países da UE com mais trabalhadores pobres. São trabalhadores, produzem riqueza, mas são pobres, porque alguém fica com ela!

Se de 2014 até 2019 o ciclo inverteu-se (porque terá sido?), em 2020, entrados na pandemia, tudo voltou a piorar. Em 21, depois da eleição de um governo, desta feita, “livre das amarras da extrema-esquerda”, o que ficou? Mais pobreza. Ah! Mas é a guerra! O facto é que Portugal está no terço mais pobre da UE.

Mas, se é “da crise”, “da guerra”, “da pandemia” ou, como é realmente, “das sanções que visam desindustrializar a UE e subordiná-la economicamente aos ditames dos mesmos de sempre”, como justificar que os ricos estejam ainda mais ricos?

Penso que já não era segredo para ninguém que, quando víamos um carro novo (daqueles com 4 letras na matrícula), invariavelmente, esse carro é de três tipos: alta gama; média gama, mas TVDE; baixa gama.

O que demonstra esta realidade é que não existe uma crise, propriamente dita. O que existe é um processo de acumulação e concentração de riqueza, sustentado numa realidade apenas aparentemente caótica, para quem está por de fora, mas que, no conjunto dos desequilíbrios, a mesma resulta como uma vantagem organizada para quem detém os meios de ajuntamento da riqueza produzida. É como uma esponja, que tanto mais suga, quanto maior a quantidade de água, sem limite físico que não seja a vontade do povo em desfazê-la um dia.

Esta riqueza, produzida pelo trabalho, ao contrário do que seria suposto num “jardim”, acaba sempre nos caules das ervas daninhas. O que comprova a minha tese: a Europa é de facto um “jardim”, como diz o conselheiro de política externa Joseph Borrel. Mas trata-se de um jardim que, ao invés de proteger as flores, opta por proteger as ervas daninhas e as pragas. Estas pragas cada vez são mais fortes, as ervas daninhas cada vez mais resistentes… As flores cada vez mais murchas.

E, no final disto, tudo o que justifica um mundo onde cada vez vivemos pior é apenas uma coisa: o “jardim” é democrático e a “selva” é uma ditadura! Mesmo que, quando bem-feitas as contas, o “jardim” cada vez seja mais selvagem, e a “selva” cada vez mais ajardinada. Afinal, quando queremos ver crescimento económico rápido, transformações substanciais na qualidade de vida dos povos e progresso e confiança no futuro, é para o oriente “ditador” que teremos de olhar.

O que nos leva a uma grande discussão sobre o que é, de facto, a “democracia” e sobre as falácias que se vendem nos produtores de entretenimento noticioso para adormecer o ouvinte. É que “democracia” significa “governo do povo (demo + cratia)”, ou seja, “em nome do povo”, “no interesse do povo”, “participado pelo povo”… “Democracia” não significa “sufrágio universal”, ou “escolha do governante através de eleições”, no caso presente, eleições extremamente condicionadas pelo poder financeiro de uns e pelo apagamento de outros. Os métodos de escolha podem variar, como os modelos de participação, como os de governação. Este, o “liberal”, adotado pela burguesia revolucionária no período das revoluções liberais (há mais de 200 anos), é apenas o que mais lhe serve.

Quem detém meios e representa os interesses de quem os detém, tem mais horas no “spinning”, tem mais tempo de antena. Em suma, chega mais às massas. O que não quer dizer que o que defenda seja “do interesse das massas”, e tenha em conta a maioria da população.

E a falácia está bem à vista: as massas votam, mas nunca – ou muito pouco – acertam em quem defenda, de facto, os seus interesses. E, se existe falácia maior, é que a realidade que vivemos, caracterizada, desde o início do século, por uma reviravolta na riqueza produzida que é distribuída para retribuir o trabalho (passou a ser menos de 50%); por uma desregulação inexorável dos direitos laborais; pelo ataque às organizações sociais de classe; esta realidade, que só pode levar a um empobrecimento de quem trabalha, resulta inegavelmente do modelo de governação normalizado, padronizado e estandardizado da UE (Michael Hudson no seu ultimo livro bem explica porque é que a UE não pode ser diferente disto mesmo).

É por isso que nenhum partido defensor da UE, na sua atual configuração e ideologia, pode prometer algo de diferente. E porquê? Porque os governos nacionais não podem, se quiserem ser bem-comportados, governar de forma efetivamente diferente, com diferenças substanciais que mudem radicalmente as condições de vida de quem trabalha.

Desde o tratado que institui a UE, adotado sem discussão e votação democrática, aos inúmeros instrumentos de política económica (tecnocráticos e nunca discutidos democraticamente), os quais a Comissão Europeia produz e obriga a adotar sob pena de multas e sanções, o caminho de empobrecimento de quem trabalha está bem trilhado.

E desengane-se quem pense que isto só acontece em Portugal. Não! Acontece em toda a Europa. Claro que os países nórdicos partem de uma base material mais sólida, mas o seu trajeto é igualmente descendente. Em todos os países o trajeto de desregulação do trabalho e a consequente destruição da almofada social que este constitui, é observável de forma científica.

Claro que a EU vem com o bonito e charmoso Pilar dos Direitos Sociais e com a introdução deste nas recomendações do semestre europeu (instrumento de “recomendações” à política económica dos estados membros). Tudo parece glamoroso. Mas não é. No final, o grande sustentáculo da liberdade, da democracia e da segurança, é o trabalho com direitos. Os subsídios são apenas amortecedores sociais, quando o trabalho não funciona. Ora, destruindo o trabalho, tornando-o mas precário, errático, menos humanizado, dando voz à tradição “liberal” de que, trabalhador e patrão estão em “igualdade de circunstâncias”, o resultado só pode ser o que estamos a ver. Não se criam sociedades avançadas com subsídios apenas pagos aos pobres, que nunca os tiram da pobreza. Não se criam sociedades avançadas sem sindicatos fortes, de classe, sem contratação coletiva sólida e sem trabalhadores motivados, qualificados e conscientes. Com carneiros acéfalos, só se criam rebanhos… Nada mais!

E enquanto os riscos aumentam a sua riqueza, os pobres aumentam a sua fome. E acima de tudo, ficam órfãos da tal “democracia” liberal, tudo porque esta existe para defender quem a comanda, e quem a comanda é quem detém os meios de produção, é quem detém a riqueza.

É por isto que não podemos aceitar que, por sermos “democracia”, já podemos aceitar viver mal, porque, afinal “existem ditaduras”. Temos de “comer e calar” porque “há quem não coma”. Então, para que serve? A democracia não é um capricho, um dogma ou uma religião. É um instrumento de governação. Não é, sequer, a governação em si.

Com democracia, governa-se, necessariamente, melhor. E é por isso mesmo que se tem governado tão mal. Quanto mais enfraquecida a democracia, pior a governação, pois a força de uma sociedade reside na diversidade de contribuições que a mesma está preparada para dar. Nesta, opta-se por fomentar o carneirismo. Ataca-se, precisamente, quem pensa diferente. Ora, não existem democracias em que todos pensam igual. Só alienação.

A democracia é um processo, acima de tudo, um processo de autodeterminação, de desenvolvimento humano, individual e coletivo. Se o não for, e se apenas servir a meia dúzia de unicórnios, então, nunca pode ser “democracia”. Tal como uma “ditadura” que governa no interesse da maioria do povo, nunca pode ser, realmente, uma “ditadura”, pois serve ao povo. E esse é que é o aspeto fundamental: se serve, ou não, ao povo.

Quanto muito, existem planos de liberdade, planos de democracia e planos de autoridade, em que uns são mais fortes, num caso, e outros, noutro. E são essas nuances que fazem a diferença e cuja compreensão nos negam, precisamente para levarem o povo trabalhador (a esmagadora maioria) a olhar para a política, não como a atividade nobre que pode resolver os seus problemas, mas como o futebol: uns contra os outros! Seja como for, é por uma democracia que governe no interesse da maioria que temos de lutar, e não por uma que se limite a legitimar o poder de uma minoria, cada vez mais poderosa e autoritária.

E, no final, acabamos a constatar que, já no 9.º pacote de sanções à Rússia a ser discutido, dos 27 países da UE, 6 aumentaram as suas exportações para este país, desde Fevereiro; as importações de lá, para a UE, aumentaram 83% (p.ex. a Espanha aumentou 43%, a Eslovénia, a República Checa e a Eslovénia, na casa das centenas de pontos percentuais…), o que me leva a questionar… Afinal que sanções são estas?

São, acima de tudo, as sanções com efeitos na política energética da UE, aplicáveis a tudo o que é petróleo, derivados de petróleo, gás, eletricidade, urânios… O que leva à minha conclusão: trata-se de sanções que a UE aplica sobre si própria, que os EUA mandam aplicar para a desindustrializarem, para a tornarem dependente da sua energia cara e de má qualidade. E como podemos ver, os ricos continuam a ficar mais ricos e os pobres mais pobres… O que quer dizer que, seja lá o que for, está a funcionar e bem. Apenas não funciona para a maioria da população.

E ver a maioria da população apoiar isto, como se de um “jardim” efetivamente se tratasse… E tudo baseado na lógica de que “ah” afinal somos um jardim”, os “outros são selva”. E tudo sem vermos a “selva” e, sobretudo, sem olharmos para o “jardim”. E perdidos continuamos a ir uns contra os outros.

E se, com isto, ninguém perceber do que trata esta guerra…

P.S. Não tenho a certeza do que andam a armar, mas esta paranoia das “ameaças nucleares” que nunca existiram, tem muito que se lhe diga. Parece que os EUA precisam que a UE aplique à Ucrânia um pacote de apoio – ou investimento -, assim na casa das dezenas de biliões… parece que têm lá muitos Himars e Howitzers para vender. E, para isso, há que nos assustar bem assustados!


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8 pensamentos sobre “Estou mais descansado; vivemos num “jardim”!

  1. demo de diabo/satan e não de povo/zé pagode com …
    a santíssima trindade do diabo …
    #comitè_europeu
    #fundo_monetário_internacional
    #banco_central_europeu

  2. Escreve João Póvoa Marinheiro (CNN-Portugal), em artigo com o título «Todos contra todos?», na edição digital daquele canal:
    « Nos ataques com drones “kamikaze” – mais um sinal do terror caído dos céus que atormenta e fragiliza as populações ao destruir estruturas energéticas às portas do Inverno -, a Rússia vai sinalizando manobras de distração que alimentam a ideia de uma escassez de armamento. Apenas conseguindo fornecimento de outros estados apátridas na comunidade internacional, como o Irão».
    E agente a pensar que apátridas eram aqueles que não tinham pátria!
    Mas pronto, há que perdoar, já que o artigo em causa deve ter sido escrito depois de uma noite mal dormida, a sonhar-se com «Kamikazes», e escreveu-se apátridas em vez de párias. Acontece a qualquer um neste «jardim»!

  3. Parecia missão impossível, mas ele conseguiu. O Hugo Dionísio escreveu um texto ainda melhor que os anteriores, já em si excelentes. Nem digo mais nada. Só cito, para ter o prazer de reler:

    «Não se criam sociedades avançadas com subsídios apenas pagos aos pobres, que nunca os tiram da pobreza. Não se criam sociedades avançadas sem sindicatos fortes, de classe, sem contratação coletiva sólida e sem trabalhadores motivados, qualificados e conscientes. Com carneiros acéfalos, só se criam rebanhos… Nada mais!»

  4. A energia é o coração do sistema! Quão estúpido tem de ser para não compreender isto?

    Sem energia, não há economia viável.

    Sem energia, não há progresso.

    Sem energia, voltamos para trás.

    Sem energia, não há mais combustível.

    Sem energia, menos comida.

    Sem energia, não há mobilidade.

    Sem energia, não há liberdade.

    Sem energia, estamos nus!

    Sim, há uma lição filosófica a aprender com tudo isto: os interesses têm precedência sobre tudo o resto.
    Quando se governa, se não se tem uma visão e se solta um pouco o leme, as forças de interesse são libertadas através da lei do mais forte.
    A Europa é uma boa ideia dado o passado bélico desta parte do mundo, mas é apenas uma ideia. Para passar de uma ideia à realidade, é preciso trabalhar. E aí, as batalhas foram escolhidas, os interesses daqueles que tinham o poder de influenciar estavam em jogo.
    Mercado comum, circulação de capitais e de mercadorias, concorrência alargada… Mas sem Europa política, sem Europa social, sem Europa da defesa. Uma gota de Europa ideológica através da geminação de municípios, intercâmbios entre escolas, Erasmus, a fim de impregnar as pessoas com esta ideologia europeia. Somos todos irmãos…

    Quando é que vimos uma normalização do que realmente afecta as pessoas? um sistema de saúde comum, um sistema de pensões comum, um sistema educativo comum, um sistema energético comum, um sistema de investigação comum?

    Quando se pensa nisso, só tem havido um mercado comum, e é tudo. Muito pouco mais.
    Os interesses – aqui o que torna um capital ainda mais rentável – por outro lado, estão sempre em acção. Eles nunca param. Estão organizados – pelo menos minimamente – os “actores” falam uns com os outros e estabelecem uma ligação entre si. Os interesses progridem.

    As administrações ou governos que perderam o seu caminho, ou não têm visão,é apenas uma batalha por detrás dos interesses. É assim que as coisas são.
    É assim que os interesses progridem e como as leis não o regulam, mas também como os interesses acabam por fazer as leis – através dos lobistas.

    A Europa foi construída por ultra-liberais. Os industriais, os grandes, têm estado no leme desde o início.
    A demolição de empresas nacionais como a EDP ou Telecom ou hospitais ou educação, sob o pretexto da livre concorrência – são apenas oportunidades para investimentos suculentos e de baixo risco.
    É isto que estamos a enfrentar: uma Europa e depois governos que abandonaram completamente o seu povo para apenas governar um mercado comum.

    Basta ouvir um canal de notícias 24 horas para compreender isto: a grande maioria das vezes eles falam de negócios, da bolsa de valores e dos preços. Quanto deste tempo é gasto nos problemas reais do povo?
    É disso que se trata a Europa.

    Na política não há sentimentos, apenas interesses e traições para cada politico por si, não temos nada a esperar dos ingleses e dos alemães etc,etc e muito menos dos americanos, todos eles muito invejosos.

    O problema da elite Portuguesa é, antes de mais, o seu portadorismo através de instituições como a Europa. A Comissão Europeia ou o Banco Central Europeu são o caixote do lixo amarelo dos fracassos políticos. A sopa é boa, sem risco de sanções.

    Mas Portugal nunca foi forçado a sacrificar-se a si próprio, é os seus líderes com a aprovação do povo. Os teóricos da conspiração avisaram-nos sobre a sua escravatura há décadas atrás. Bem, vamos experimentar a pobreza, a verdadeira !!!

    A negação da realidade pelos nossos políticos e pelos nossos meios de comunicação social. Orwell chamou a isto “pensamento duplo”, ou seja, apoiar uma ideologia que é totalmente contrariada pelos factos. Pergunto-me se esta é uma característica da nossa espécie, ou se 2000 anos de cristianismo podem explicar parcialmente este comportamento. De facto, durante séculos foi-nos pedido para acreditarmos na Santíssima Trindade, e na virgindade de Maria. Tal forçamento pode ter deixado a sua marca…

    São os EUA que manipulam e puxam os cordelinhos. Fazem os lacaios curvarem-se e fecharem-se em posturas implausíveis. Os EUA utilizaram a Alemanha. A Polónia está a seguir o mesmo caminho hegemónico. No final, existe apenas um destino: a guerra na Europa. A pátria está em perigo!

    Os americanos nunca apoiaram a ascensão de outro poder económico, e é por isso que desde a criação da UE sabotam por todos os meios esta “magnífica ideia”, e provavelmente serão bem sucedidos.
    Estão sempre preocupados com a perda da sua hegemonia sobre a China, Rússia e os mais frágeis, sobre a UE.
    O sistema capitalista liberal não aguenta mais e os seus solavancos fazem tremer o mundo inteiro.
    Quanto àqueles que apoiam os politicos na questão da Ucrania, é como se estivessem a condenar os vossos filhos e netos às guerras que estão prestes a deflagrar!
    É necessário um dia para voltar à Idade Média

    Tudo está lá, e nós estamos lá.

    Parece óbvio, mas a situação actual enche os bolsos de um número demasiado reduzido de pessoas.
    Continuamos com preços x10 ou x30 e endividamo-nos, os banqueiros agradecem, regulamos um pouco, um pouco não é suficiente, a electricidade será vendida a 10x vezes o preço e diremos “phew” de alívio, os corretores de electricidade agradecem-nos de qualquer forma.
    a única solução é decretar o preço da electricidade, mas isso não enriquece nenhum “amigo”.

    A europa são vassalos dos EUA. Estes querem pelo menos 3 coisas: 1) aniquilar a Federação Russa para estabelecer a sua hegemonia. Depois da Rússia, China, os países da UE assumirão o controlo da Rússia. 2) Separar Irreversivelmente a União Europeia da Federação Russa para impedir a criação de um bloco rival. 3) Colonizar a Europa, privando-a das suas bandeiras industriais e dos seus melhores actores industriais e económicos.
    Macron, Scholtz, Ursula, Stoltenberg e Co. são apenas marionetas postas em prática para o efeito e fazem o seu trabalho na perfeição: Obedecem aos seus mestres com zelo inimaginável, mesmo que tenham de agir na direcção oposta aos interesses dos seus próprios países.
    A guerra na Ucrânia é apenas o cenário e o pretexto para levar a cabo estes objectivos.

    Durante a gestão da crise da Covid, compreendi o advento de Hitler ou da Inquisição; como todo um país poderia afundar-se na loucura colectiva através da mímica reptiliana (experiência de Asch) e da submissão (experiência de Milgram), doutrinada por uma propaganda estatal com tendências sectárias.
    Mas havia ainda um objectivo, uma coerência na loucura, uma obsessão direccionada.

    De agora em diante, a análise lógica não tem lugar. Inferência e dialéctica são desprezadas, espezinhadas. As injunções contraditórias e a incoerência abundam, os argumentos e os objectivos colidem e contradizem-se mutuamente, já nada tem consistência.

    Haverá algum exemplo na história em que um povo, um continente, tenha entrado numa loucura profunda e absurda, num ambiente político totalmente desprovido de sentido?

    Como preâmbulo :
    Entre muitas queixas foi anunciado a construção entre Espanha e França do gasoduto MidCat, que só estará operacional dentro de 5 a 10 anos, cuja rentabilidade não está assegurada e pelo qual suportaríamos uma grande parte dos custos!

    Mesmo um estudo de “Bruxelas” não é certo a rentabilidade!

    Também se esquece cuidadosamente de dizer que há uma forte oposição por parte dos ambientalistas.
    Para a energia, a escolha de Sines foi feita com o objectivo de uma maior independência e de proporcionar uma vantagem competitiva ao país.
    A França não precisa deste gasoduto, é a Alemanha que precisa de gás e quer fazer com que a Espanha, Portugal e França o paguem como é seu costume.

    O erro original da SUA falta de gás é alemão: Deixe-os pagar!

    Os bons tempos acabaram, se não me engano!

  5. Não é novidade que Josep Borrell deve ser o eurocrata mais tonto e paspalhão que alguma vez pisou os corredores de Bruxelas, um idiota inútil, motivo de chacota em todo o mundo, como se pode ler neste artigo

    https://strategic-culture.org/news/2022/10/20/only-thing-about-borrell-which-making-news-are-his-tantrums-cant-the-eu-do-better-than-this/

    Disse então Borrell que a UE é um jardim que deve ser protegido da selva que é o resto do mundo… Ora numa obra clássica da literatura portuguesa, que retrata a repressão do regime salazarista em Portugal, pode ler-se

    «Esta noite sonhei que nós, os governadores do Reino, tínhamos sido destacados, pelo Senhor, para a primeira linha do combate eterno entre o bem e o mal. Temos uma missão a cumprir, uma missão sagrada e penosa: a de conservar no jardim do Senhor este pequeno canteiro português.»

    A personagem que diz isto é um clérigo fascista, e a semelhança é bastante curiosa… até porque há umas semanas Putin disse, a propósito de outra tirada de Borrell, que este provavelmente teria apoiado o golpe fascista em Espanha nos anos 30. Portanto fiquei aqui com uma pequena dúvida – será o sr. Borrell mesmo fascista ou apenas estúpido?

    • “será o sr. Borrell mesmo fascista ou apenas estúpido?”

      Respondo com um famoso meme, em que uma inocente mas iluminada criança pergunta em tom de sugestão:
      – why not both?

      Borrel, como muitos outros naqueles corredores ilegítimos, é obviamente estúpido. Não no sentido de ignorante e incapaz, mas de ser sem carácter nem princípios, disposto a pisar tudo e todos para atingir os objetivos dos donos. É assim mesmo que o império genocida dis EUA e seus vassalos gosta deles.

      Ser fascista, racista, imperialista, arrogante, de critérios duplos, manipulador, mentiroso, e muito, mas mesmo muito corruptível, isso são apenas bónus, que o ajudaram a estar na short-list na nomeação para tal cargo.

      Eles (os donos e seus criadores maquiavélicos da propaganda) hoje em dia tentam enganar tolos com papas e bolos, i.e. levar o povinho a acreditar ora na tanga ‘woke’ ora na tanga da ‘democracia vs ditadura’.
      Mas no final, a única coisa que distingue estes mordomos dos do resto do Mundo é a total ausência de valores dignos.

      Hoje em dia até já colocam à frente das câmaras muitas mulheres, gente de minorias étnicas, com outras cores, lgbt e trans, e oriundos ou descendentes de gente de países/regiões da periferia do império.
      Mas apesar de tal mudança na embalagem, nada muda no conteúdo.
      O que antes era feito por um homem chamado Mussolini, agora é feito por uma mulher chamada Meloni.
      Onde antes estava um porta-voz branco hetero a anunciar a “operação humanitária” na Líbia, hoje está uma mulher negra lgbt a anunciar a “operação humanitária” no Haiti.
      Parece tudo mais “liberal”, mas na realidade só ascende ao poder qurm pensa de forma tão ou mais retrógada e podre como os que lá andaram tantos anos antes.

      E o problema é qur isto funciona. A esmagadora maioria do público alvo, o eleitore cansado, desinformado, superficial, como esta papinha toda.
      A máquina de propaganda e manipulação atingiu tal ponto, que agora até um terrorista da Al-Qaeda é aliado na “luta contra Assad”, e um extremista Nazi é um aliado na “luta contra Putin”.
      E o povinho, em vez de questionar a narrativa que lhe dão a comer como palha, ainda se indigna mas é contra os cidadãos mais atentos…

      Perante isto, temo que a não ser com a maior crise de todos os tempos, fome generalizada, e frio, este regime não vai cair. Em vez disso vai lentamente apodrecer, e tornar-sr mais perigoso (para os de fora) e mais autoritário (para os de dentro) com o passar do tempo.
      E para essa tarefa, gente estúpida e fascista como Borrel, Leyen, Stoltenberg, e companhia, são os vassalos ideais para a oligarquia Sith e seus senadores Palpatine que se movimentam nas sombras para, apenas em nome dos seus interesses e ódios, nos f*der a todos.

      Pois eu nunca torci pelo Darth Vader. Nem estou em Kiev (ou num bunker em parte incerta) a usar uma t-shirt que diz “Dark Side” e a pedir armas e mais armas. Infelizmente para os Ucranianos, não é possível encomendar um exército de clones. Têm de ser mesmo eles a servir de carne para canhão.
      Escolhi sempre o lado claro da força, o lado da Resistência. Dentro dos territórios do império somos uma minoria. Mas a maioria, no Mundo conhecido, está contra o império, e mais tarde ou mais cendo, irá vencer. Unidos nas diferenças, contra o império que quer dividir e conquistar para impôr um pensamento único.

      Ista lembra-me um filme do Hitchcock, com a Doris Day a cantar o “Quê Será, Será!”. Na cena inicial, no autocarro entre Casablanca e Marrakech, o filho do protagonista James Stewart sem querer tira o pano que tapava a cara de uma mulher islâmica. O marido da senhora revolta-se, e um homem que percebe ambas as línguas pede desculpa ao marido da senhora, e explica a situação ao pai da criança. O pano que lhe tapa a cara é um símbolo cultural e religioso, e só tem de ser respeitado pelos estrangeiros. É esta a mensagem de Hitchcock, numa breve tentativa de educar o público ocidental.

      Andamos várias décadas em diante, e hoje essa cena seria retratada por um azeiteiro de Hollywood, tipo Michael Bay, em vez da Doris Day seria uma cantora pimba da MTV a “cantar” uma “música” com asneiras. E o marido seria um terrorista da NATO, retratado como herói, que vai numa missão impossível ao Irão, salvar as mulheres do “regime”, que estão “presas” ao pano que lhes cobre o cabelo, e precisam de ser “libertada” para também elas se poderem despir na TV enquanto “cantam” letras de “músicas” anglo-saxónicas em que se diz muita vez as palavras Sex e F*ck.

      Isto para dizer que o Ocidente nunca foi exemplo de nada no último século, ou foi exemplo do muito pouco no último milénio, mas conseguiu acima de tudo desde 1973, e depois desde 1991, apodrecer de tal forma, que até admira como é que o resto do Mundo ainda não nos mandou a todos no Ocidente para a compostagem num buraco a 7 palmos do chão.
      Será outra cultura? Certamente. Será mais paciência? Talvez. Será porque ainda tem medo de se defender? Cada vez menos. Eu diria que temos tido a sorte e a conjuntura do nosso lado, mas a sortr algum dia acaba, e a conjuntura está já em mudança imparável, da “rules based world order” ditada pelos hegemónicos EUA, para o Mundo Multipolar.

      Quando essa mudança terminar:
      – ou a Europa abriu os olhos a tempo, se torna independente do império decadente, e será um dos pólos, de relações restabelecidas com a Rússia e com a Belt & Road Initiative a beneficiar ambos os lados (Europa e Ásia);
      – ou a Europa insistiu nos Borreis e se cristializou como colónia vassala do império, com um muro em Minsk e Kiev, e com o resto do Mundo, na “selva”, a ver de fora o apodrecimento do “jardim”, enquanto os EUA colhem os últimos frutos que há a colher antes de nos abandonarem de vez ou colocarem fogo, só para o seu Complexo Militar Industrial ter uma última fonte de lucro enquanto envia seus “bombeiros” para nos salvar… à bomba.

      E tudo isto porque o povo da Crimeia não se pode autodeterminar? Porque o povo do Donbass não pode ter paz nem recusar ser esmagado por glorificadores de Nazis? E porque o povo da Rússia não se pode defender do expansionismo da NATO? E é por causa disto que se fala em guerra nuclear?
      O que é que esta gente dos regimes Ocidentais tem na cabeça? Nada. Só estupidez e fascismo. Só um espírito de vassalo e um offshore de corrupto. Daí que sejam necessários os Borrel, as Truss, e os A.Costa. Os Zelensky, os Macron, e as Meloni. Se fosse gente com cérebro, com escrúpulos, com valores humanistas e dignos, incorruptível, então nenhum dos planos do império seria possível.
      Mas a culpa não é deles. É da maioria do povo que neles acredita e que não mexe uma palha para questionar a propaganda ou para melhorar o regime. E esta é que é a mais triste e inconveniente verdade.
      A culpa do Borrel ser quem é, estar onde está, e dizer o que diz, é nossa!

        • Obrigado. É uma pena ter escrito isto no telemóvel, e não ter lido antes de publicar. Agora que li, vi que ficou cheio de typos… Mas o que interessa é o conteúdo. Isto vale para tudo na minha vida. E acho que é isso que mais me distingue da maioria: como gostam mais das aparências, do superficial, são mais facilmente manipulados.

          A mentira conta-se em mensagens simples, sem contexto, ditas por gente com assessores de imagem e até treino de gestos.
          A verdade demora a explicar, e é preciso saber muito do que está para trás e à volta para começar sequer a perceber uma mensagem mais complexa.
          Enfim, todos somos vítimas de mentiras e fake news uma vez ou outra, mas uns mais que outros.

          “A União Europeia é Democracia, Paz, Liberdade, e Progresso”
          – simples, superficial, repetido ad nauseam, isto basta para manipular 90% dos portugueses.
          Mas seria precido um longo texto para explicar que é exatamente ao contrário.
          E segundo li numa investigação sobre psicologia e redes sociais, com o número suficientemente grande de bots, propagandistas, e repetição, no século XXI as mentiras tornam-se mesmo “verdade”.
          O “Borrel é bom”, mas o “Puigdemont é criminoso”.
          O “Kosovo é independente”, mas a “Catalunha não pode sequer votar”.
          O “Sahara Ocidental é de Marrocos”, mas a “Crimeia nunca será da Rússia”.
          O “PP é do Centro moderado”, o “Podemos é extremista”.
          Etc.
          A verdade que se lixe, só lhes interessa a repetição da mentira.
          O povo tem mais que fazer, come a palha que lhe dão, e a mentira torna-se “verdade”.
          Estamos tramados!

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